Digital Skills of Older Brazilians: An Analysis using the Cross-Culturally Adapted Questionnaire of Proficiency in Information and Communication Technology
Abstract
Introdução: O cenário digital está em constante evolução, e a pandemia de COVID-19 impulsionou o acesso à tecnologia. Todas as faixas etárias, incluindo os mais velhos no Brasil, estão se envolvendo com a tecnologia e adquirindo habilidades em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Este trabalho tem como objetivo mapear as habilidades digitais de idosos no Brasil, utilizando o Questionário de Proficiência em Uso de Tecnologia da Informação e Comunicação adaptado transculturalmente. Metodologia: A pesquisa baseou-se na aplicação de um questionário socioeconômico e do questionário adaptado para o contexto brasileiro de proficiência no uso de tecnologias de informação e comunicação, abrangendo seis subescalas: conhecimentos básicos de informática, uso de impressoras, comunicação, internet, calendário/agenda e entretenimento. Além das análises de médias, foram realizadas correlações entre idade, escolaridade e proficiência em TIC. Resultados: Participaram do estudo 179 participantes com 60 anos ou mais, de nove estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba e Alagoas). Entre os participantes, 29,1% eram do sexo masculino e 70,9% do sexo feminino. Quanto ao estado civil, a maioria dos participantes é casada (49,7%), seguida de viúvas (21,2%), divorciadas (16,2%) e solteiras (10,1%). Em relação à idade, a distribuição é variada, com aproximadamente um terço dos participantes nas faixas etárias de 66-70 anos (29,1%) e 71-75 anos (27,4%). Em relação à renda, há uma ampla gama de situações, com 36,9% dos participantes tendo renda acima de cinco salários mínimos no Brasil (acima de R$ 1.312,69), enquanto 3,4% têm renda inferior a um salário mínimo (inferior a R$ 262,54). Em relação ao número de pessoas no domicílio, a maioria dos participantes mora com uma a três pessoas (66,5%). Além disso, é relevante destacar que 65,4% dos participantes possuem computador em casa. Os resultados indicam um nível geral razoável de proficiência digital entre os participantes mais velhos. A subescala "Conhecimentos Básicos de Informática" apresentou média de 3,45, indicando um nível sólido de habilidade. Por outro lado, a subescala "Calendário/Agenda" apresentou média de 2,18, sugerindo uma área potencial de melhoria. Os quartis destacaram a variabilidade nas competências digitais, com alguns participantes apresentando menor proficiência em determinadas áreas. A análise de correlação entre idade e proficiência em TIC foi de -0,25, indicando uma fraca correlação negativa, o que significa que não há tendência de que, à medida que a idade aumenta, a proficiência em TIC tenda a diminuir. Por outro lado, a correlação entre educação e proficiência em TIC foi de 0,68, revelando uma correlação positiva moderadamente forte, indicando que, à medida que a educação aumenta, a proficiência em TIC tende a aumentar. Discussão: O fato de a maioria dos idosos estar buscando familiarizar-se com a tecnologia demonstra o reconhecimento da importância dessas habilidades para a participação na sociedade moderna. Isso é particularmente relevante em um mundo pós-pandêmico onde as atividades remotas e digitais se tornaram essenciais. No entanto, também identificamos desafios significativos que os idosos enfrentam ao adotar tecnologias digitais. A relevância desses resultados reside na necessidade de desenvolvimento de estratégias efetivas de inclusão digital para idosos. Como a sociedade depende cada vez mais da tecnologia, deixar essa população para trás pode resultar em exclusão social e econômica. Conclusão: Este estudo contribui para a compreensão das habilidades digitais dos idosos brasileiros, destacando a necessidade contínua de programas de treinamento digital adaptados às necessidades identificadas. Correlações entre idade, escolaridade e proficiência fornecem insights valiosos, orientando estratégias para promover a inclusão digital efetiva entre os idosos. O caminho para a inclusão digital começa com uma análise abrangente e uma abordagem informada para atender às necessidades específicas de cada grupo demográfico.
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